No âmbito do ciclo de almoços temáticos promovidos pela AECA, teve lugar no dia 17 abril no restaurante associado Garden 46, em Vale de Cambra, a apresentação relativa ao tema «A Jornada da Sustentabilidade» com João Gaspar, CEO da LOBA e Partner da Scope Invest.

Carlos Brandão, presidente da AECA, em nota introdutória, sublinhou a importância do tema em debate no contexto atual. Anunciou as iniciativas da AECA para os próximos meses, focando em oportunidades de formação e partilha de conhecimentos sobre este e outros temas. Reconhecendo a relevância da troca de experiências. Carlos Brandão realçou a importância deste tipo de eventos que promovem a interação durante o almoço, otimizando o tempo e promovendo partilhas interessantes entre todos os participantes.

João Gaspar, orador convidado, posiciona-se como um entusiasta da Sustentabilidade, tendo uma visão estratégica e holística da mesma.

Começamos por perceber de que se trata a sustentabilidade, o seu enquadramento histórico e de mercado e o seu papel no novo ambiente de desenvolvimento sustentável que se instala em todo o mundo com a europa na liderança. O propósito dos negócios, equilibrando a Prosperidade com as Pessoas e o Planeta, formam assim o “triple bottom line” da sustentabilidade que deve nortear as estratégias de empresas comprometidas com o futuro.

Exploramos também o movimento «from shareholder to stakeholder» que representa a integração do impacto da empresa em todas as partes interessadas na mesma, ao invés de uma visão exclusiva de retorno para o acionista, que se entende não ser mais uma visão com futuro.

Perante as pressões instaladas, nomeadamente, dos consumidores (com a preferência por produtos, serviços e marcas com opções mais sustentáveis), dos clientes “business to business” (com a exigência de processos e materiais sustentáveis quando os compradores são grandes empresas), dos colaboradores (com a sua identificação com empresas com propósito positivo), do financiamento (com o acesso ao capital mais competitivo para empresas e investimento sustentáveis) e da legislação (com obrigações legais de metas e “reporting”), urge que as empresas empreendam a sua jornada de sustentabilidade.

Alinhadas com os objetivos de desenvolvimento sustentável das nações unidas – ODS – e sob a “framework” ESG (Environmental, Social and Governance, ou seja, Ambiental, Social e Governança), a jornada da sustentabilidade nas empresas traz inúmeras oportunidades de negócio, tanto pelo redução de custos, como novos produtos, serviços e mercados e melhoria da sua capacidade de gestão e de prosperar.

Percebemos que a jornada da sustentabilidade tem que ser endogenizada pelas empresas de forma transversal na sua organização e envolvendo os todos os seus stakeholders. A definição de uma estratégia e plano de ação deve conter metas concretas a monitorizar e reportar.

Vimos também a calendarização prevista para reporte obrigatório sendo que este trabalho requer preparação prévia, de forma que se estimulou as empresas a começarem desde já a trabalhar neste âmbito.

Discutimos ainda alguns casos de referência de sustentabilidade e os presentes partilharam as experiências com as suas empresas em ações de sustentabilidade, principalmente ao nível das exigências dos seus clientes, nomeadamente quando estes são grandes empresas internacionais.

É crucial que as empresas se antecipem e compreendam que a transição ecológica é uma trajetória irreversível, mais tarde ou mais cedo, ela impactará as empresas, independentemente da sua dimensão ou sector de atuação.