Teve lugar no final de tarde do dia 18 de novembro, a 1ª Conferência  “Internacionalização da Metalomecânica e Habitat: Tendências, Desafios e Oportunidades”, organizado pela AECA – Associação Empresarial de Cambra e Arouca, em colaboração com o ISAG/EBS (Instituto Superior de Administração e Gestão/European Business School) e a Astrolábio, Orientação S.A., no âmbito do projeto Master Export, em formato webinar através da plataforma zoom.

A abertura dos trabalhos esteve a cargo de Cristina Mocetão, que fez as honras da casa, dando as boas vindas aos participantes, exibindo-se um vídeo institucional do ISAG.

O Painel 1 – Internacionalização: Estratégia ou Necessidade?, contou com a intervenção do Presidente da AECA, Carlos Brandão, que destacou a relevância do Master Export para a economia da região, aproveitando para agradecer ao ISAG pela magnífica receção, que desde a primeira hora se disponibilizou para o acolhimento da primeira conferência Master Export; assim como aos Presidentes dos Municípios de Arouca e Vale de Cambra, Margarida Belém e José Pinheiro, respetivamente pelo envolvimento no projeto Master Export.

O objetivo do Master Export é que as empresas orientem a sua atuação empresarial para os mercados externos. É um projeto em copromoção das associações regionais, AECA e AEA, que “abraçam” as empresas mais pequenas e se objetiva congrega-las, com vista a uma maior abrangência territorial e assim, conseguir maior massa crítica. Apresenta-se como um projeto direcionado para as empresas que estão a iniciar a internacionalização, enquanto instrumento de apoio focada em cinco mercados (Espanha, França, Bélgica Luxemburgo e Polónica), dos quais já estão disponíveis estudos de acesso aos respetivos mercados.

A Polónia é o mercado teste para o setor da metalomecânica, dado que temos empresas que através do Master Export já conseguiram entrar em alguns mercados visados, e que se pretende seja uma ferramenta cuja abrangência, embora regional, pode atingir o nível nacional.

Ainda no Painel 1- Luís Ferreira (ISAG) apresentou os Cinco I´s dos Mercados Internacionais.

Começou por enfatisar, “os 5 “is” da internacionalização com sucesso”. É preciso cooperar e colaborar para se afirmar, que e o que as várias empresas de sucesso vão fazendo. Em termos de competitividade internacional, cada vez há mais variáveis, complexidade,  diferentes dinâmicas e imprevisívilidade.

Hoje temos uma globalização cada vez mais imaterial e que se tem que estar assente na informação, digitalização, sendo que a Internacionalização já não é uma opção. A digitalização avança muito depressa (veja-se a conjuntura da pandemia Covid 19).

A internacionalização é um processo estratégico. Quando não se tem sucesso à primeira vez, tem que haver resiliência e voltar a tentar mais vezes. Quando se começa há uma intenção, uma estratégia que tem ser competitiva, inteligente, com informação de qualidade. Tem que haver interligação. Inovação é a atitude, é a forma com que olhamos para as coisas, mas implica investimento, dado existir muita pressão no mercado. Intangível, a economia invisível, os ativos intangíveis são as principais fontes de desempenho e diferenciação no novo milénio. Há que saber embrulhar bem o produto (com marketing, marca, design, pesquisa, desenvolvimento).

A abrir o Painel 2: A Internacionalização da Metalomecânica e Habitat: Tendências, Desafios, Oportunidades, Mónica Moreira (AICEP – Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) – apresentou o estado global dos indicadores globais da internacionalização da economia portuguesa. Não é novidade que a produção global irá contrair-se em 2020, dado a conjuntura da pandemia da Covid 19. Contudo as previsões apontam para 2021 uma recuperação mais rápida na Ásia, Australasia e Europa. A pandemia não afetou o mercado global ao mesmo tempo, nem da mesma forma. Daí a recuperação não se fará também de igual forma.

O impacto nas cadeias de valor vão impulsionar a automatização. Vem ao de cima a reindustrialização europeia (automação, digitalização e inteligência artificial, e-comerce). As oportunidades digitais são agora significativas e já são uma realidade face ao confinamento. São exemplo a robótica na saúde, App’s também, ligadas à saúde, mudança de comportamentos, nomeadamente o trabalho remoto.

O comércio internacional é agora mais essencial que nunca. Facilita o crescimento das empresas na União Europeia, através de trocas comerciais fora do mercado interno europeu. Portugal estava com um aumento das exportações mas abrandou e 2020 vai ser um ano particularmente difícil.

O valor da quebra do PIB é de 8,5%. Em 2021 espera-se uma recuperação na ordem dos 5,4%. Há boas notícias, prevê-se para 2022/23 que Portugal terá uma taxa de crescimento superior à média europeia e até, pré pandemia. Atualmente 70% das exportações portuguesas são para a Europa e os principais parceiros comerciais vão se manter.

A AICEP tem um conjunto de ferramentas de apoio, através da sua rede, nas diversas formas, webinars, e-comerce, site de acompanhamento às medidas Covid., acompanhamento dos mercados, entre outros, destacando a Campanha Portugal Open for Business, campanha promocional do tecido empresarial português nas redes sociais, por forma a potenciar a internacionalização e dar a conhecer a oferta nacional.

Ainda no Painel 2, José de Matos (APCMC – Associação Portuguesa dos Comerciantes de Materiais de Construção) interveio sobre a Internacionalização da fileira do Habitat. Face à atual conjuntura, há mais oportunidades e também mais exigências na fileira. As empresas têm pela frente um grande desafio e têm que agir depressa. Há necessidade de uma industrialização. Em cima da mesa a sustentabilidade e garantia das suas exigências. Um grande desafio na generalidade há uma grande falta de mão de obra qualificada. As empresas têm que se internacionalizar. A digitalização ganha terreno (muita informação acompanha os produtos em todos os processos). Há muita coisa em curso, que constituem desafios mas também oportunidades, tal como a industrialização de soluções integradas, para o qual versatilidade e flexibilidade das empresas empresas portuguesas se apresenta como fator de sucesso.

O Painel 3: Casos de Sucesso na Internacionalização. Foram convidadas duas empresas associadas; da AEA,  Lightenjin, Lda, com a participação de José Mota, pela fileira do habitat e da AECA, Perfinox, SA., com a participação de António Tavares, pela fileira da metalomecânica, para partilharem as suas experiências na internacionalização.

Adriano Fidalgo (Astrolábio SA) moderou o programa da conferência, em termos de condução dos trabalhos, tendo nesta fase desafiado as empresas partilhar as suas experiências internacionais, essencialmente nos mercados visados, nos dominios das dificuldades sentidas no caminho percorrido, soluções encontradas para sua resolução, assim como os processos adotados no dominio do planeamento do processo de internacionalização e modelos de penetração de mercados adotados.

O Presidente da Aeca, Carlos Brandão, deu como encerrada a sessão de trabalho, agradecendo a todos os oradores presentes fisica e virtualmente, resumindo as principais conclusões, dando nota do nível de satisfação das entidades promotoras AECA e AEA, pela qualidade e pertinência das intervenções, assim cmo a atualidade dos conteúdos apresentados.

O Projeto Master Export com o código 37628 é desenvolvido em copromoção pelas Associações empresariais AEA (Associação Empresarial de Águeda) e a AECA  (Associação Empresarial de Cambra e Arouca), no âmbito do Portugal 2020, especificamente, do Sistema de Apoio de Ações Coletivas (SIAC) – Qualificação, inserido no objetivo temático nº3 – “Reforçar a Competitividade das PME”, do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização, sendo apoiado pelo FEDER.