Teve lugar a 23 de junho no auditório da Junta de freguesia de Escariz – Arouca, o seminário dedicado à chamada 4ª revolução Industrial.
Carlos Brandão, Presidente da Direção da AECA fez a abertura dos trabalhos justificando este seminário com a necessidade de desmistificar o conceito no seio empresarial. …”Num território onde temos indústria nos diversos níveis, umas mais automatizadas e robotizadas, outras ainda mais à frente onde a digitalização e a “internet das coisas” é já uma realidade, mas existem todas as outras indústrias tradicionais desde o calçado às madeiras passando pelas têxteis e pelas construções metalomecânicas onde a Indústria 4.0 não se consegue implementar com as ideias chave subjacentes à sua criação: “fábricas e máquinas inteligentes, sistemas ciber-físicos, integração natural homem – máquina, autonomia e adaptabilidade, sistemas de produtos e serviços, virtualização, realidade aumentada”, mesmo assim não deixam de ser empresas importantes e fundamentais para o desenvolvimento económico, social e sustentável do território…” Dada a importância do tema nos dias que correm a AECA convidou o especialista, Professor Américo Azevedo (Professor da FEUP) para falar sobre o tema.

Ainda na abertura dos trabalhos, Margarida Belém, vice-presidente da Câmara Municipal de Arouca, vincou a importância de se perceber um fenómeno que condiciona as estratégias empresariais. Referindo a importância dos parceiros para a criação de mais riqueza no uso da tecnologia para alavancar o qua já se faz bem, garantindo que o município está disponível para continuar a promover iniciativas que tenham impacto no tecido empresarial, prova disso é o exemplo da criação no Parque de Negócios de Escariz, o Centro de Incubação e Inovação Industrial.
IMG_2796
Américo Azevedo
No Painel Industria 4.0 – Roteiro para uma implementação de sucesso, Américo Azevedo começou por sublinhar que “está mesmo a acontecer”, a 4ª revolução Industrial está no terreno, a fábrica do futuro assenta nos denominados sistemas ciber-físicos, bem com na aplicação da chamada “internet das coisas” e internet de serviços, nos processos de produção e logística incluindo a organização de trabalho e a exploração de novos modelos de negócio e serviços abrangendo toda a cadeia de valor. A tendência é para se trabalhar mais em rede, maior flexibilidade, maior rapidez e mais eficiência. A indústria será mais inteligente, tudo acontece mais rápido. A tecnologia digital subjacente à indústria 4.0 promete revolucionar a produção industrial, reduzindo os custos e ampliando as oportunidades de negócio. Relativamente aos postos de trabalho, haverá destruição de uns mas haverá a criação de muitos novos, novas profissões surgirão, nomeadamente num universo laboral em que pessoas e robots irão trabalhar em conjunto. Daí a importância de um roteiro que guie a implementação deste conceito. A Indústria 4.0 não é apenas uma questão de máquinas, produtos e internet. A utilização de novas tecnologias e a aquisição de novo conhecimento, através do tratamento seletivo da informação, conduzirá inevitavelmente a novos tipos e formas de trabalhar. Isto exigirá mudanças nas estruturas das empresas. A capacidade de analisar a cultura organizacional prevalece e os padrões de operação existentes serão, portanto, fundamentais para o sucesso da implementação de uma estratégia de Industria 4.0. Para as industrias não ficarem para trás, precisam de desenvolver de forma adequada estratégias que lhes permitam, explorar as novas possibilidades da digitalização, melhorar os seus processos de operação e desenvolver novos modelos de negócio. É fundamental uma abordagem estruturada, conhecer o ponto de partida no sentido de definir o melhor caminho a seguir na implementação de uma estratégia de Indústria 4.0.
DSC04158
Samuel Gonçalves
Neste Seminário houve lugar à apresentação, em primeira mão, do projeto CI3 – Centro de Incubação e Inovação Industrial a instalar no Parque de Negócios em Escariz. O projeto do equipamento foi apresentado pelo Arquiteto Samuel Gonçalves, e tem como objetivo acolher Star-ups, empresas em início de atividade e de carater inovador. Também sedeará empresas – âncora, firmas já com trajetos nos mercados, contará também com um centro de serviços de apoio à atividade empresarial. Este projeto resulta de uma parceria entre a Câmara Municipal de Arouca, AECA, ANJE (Associação Nacional de Jovens Empresários) e UPTEC (Parque de Ciência e Tenologia da Universidade do Porto).
DSC04154
Adriano Fidalgo
O Painel Oportunidades e estratégia de Incubação e Aceleração esteve a cargo do Dr. Adriano Fidalgo, que definiu o conceito de incubadora enquanto organização destinada a promover o desenvolvimento de empresas empreendedoras, ajudando-as a sobreviver e crescer durante o período de arranque, quando estas são mais vulneráveis, através de um conjunto de recursos de apoio e serviços que podem incluir espaço físico, capital, formação, serviços comuns e networking. Elencou ainda um conjunto de instrumentos à aceleração da incubação com o objetivo de permitir um crescimento mais rápido das empresas, referenciando o enquadramento estratégico no âmbito das parcerias nos vários níveis.

Artur Neves, Presidente da Câmara Municipal de Arouca encerrou os trabalhos dando especial destaque para o projeto CI3 dizendo que será uma grande alavanca para o empreendedorismo não só do concelho mas para a AMP – Área Metropolitana do Porto.
Este seminário contou com a presença de meia centena de empresários, aos quais a direção da AECA agradece a sua participação. Agradece à Junta de Freguesia de Escariz pela cedência do seu auditório. Agradece à Agência Bancária Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Arouca pelo patrocínio do evento. Agradece todo o apoio da Câmara Municipal de Arouca. Por último um especial agradecimento aos distintos palestrantes.
IMG_2821